Em Piratas do Caribe, uma
explosão de luz verde solar cobre todo o céu, abrindo uma espécie de
portal mágico entre dois mundos diferentes. Em 1882, Julio Verne também
mencionou a existência desse estranho fenômeno. Afinal, isso existe
mesmo ou é coisa da imaginação?
Fenomeno do raio verde do pôr do sol |
Em 1873, o observador solar
David Winstanley descreveu minuciosamente um evento muito raro que
havia presenciado. Segundo ele, instantes antes do Sol se pôr no
horizonte uma intensa luz verde brilhou no topo superior da estrela. Não
durou mais que dois segundos, mas era tão forte quanto o próprio brilho
do Sol.
Em 1882, Julio Verne
publicou o romance "O Raio Verde", onde oferece uma versão romântica
sobre o fenômeno. No livro, quem testemunhasse esse rápido acontecimento
teria concedida a habilidade de ver o coração das pessoas.
Um ano depois, Winstanley publicou outra descrição de um flash verde visto por William Swan, sobre uma montanha em Rigi.
Durante alguns anos, o
flash verde solar permaneceu um mistério e até mesmo sua existência era
questionada. Alguns atribuíam sua observação a algum tipo de insanidade
ou processos fisiológicos ligados à retina, mas somente com a invenção
da fotografia o fenômeno passou a ser entendido.
O flash verde solar existe
mesmo. Ele dura entre 1 e 2 segundos e não é tão raro assim. Para vê-lo,
é preciso que o observador esteja no lugar certo e na hora certa e
esteja muito atento ao instante final do pôr do Sol.
Como um tesouro
Por incrível que pareça, o Sol que vemos no horizonte não está lá. Ele está bem mais baixo do que aparenta, mas devido à presença da atmosfera ele parece estar mais alto. Isso acontece porque a atmosfera age como um grande prisma que curva os raios solares, em um processo ótico chamado refração.
Por incrível que pareça, o Sol que vemos no horizonte não está lá. Ele está bem mais baixo do que aparenta, mas devido à presença da atmosfera ele parece estar mais alto. Isso acontece porque a atmosfera age como um grande prisma que curva os raios solares, em um processo ótico chamado refração.
Como consequência da
refração, a luz branca solar é decomposta em suas cores primárias,
fazendo com que o disco solar se torne avermelhado na base, alaranjado
no centro e verde no topo. Sim, o topo do disco solar se torna
esverdeado!
O problema é que essa cor
só é possível de ser notada quando o observador está vendo o pôr do Sol
em sua plenitude, coisa que só acontece em alto-mar, desertos ou em
montanhas muito elevadas de onde se pode vislumbrar o horizonte
desimpedido. Como a fração verde do disco só é perceptível nos últimos
instantes do pôr do Sol, tem-se a impressão de um flash
muito rápido no topo da estrela.
Assim, para ver o fenômeno
do flash verde é necessário um local com horizonte totalmente livre,
como por exemplo o alto-mar. Precisa também de muita atenção no instante
final.
Como um tesouro, quem procura acha!