Pela primeira vez, o homem conseguiu pousar um robô em um cometa, em uma missão que durou mais de dez anos e que tem o objetivo de estudar esse corpo celeste. Dados enviados pelo módulo Philae e rebatidos à Terra pela sonda Rosetta, responsável por levar o equipamento ao cometa, confirmaram no início da tarde desta quarta-feira (12) o feito inédito na ciência.
Animação do pouso do robô Philae |
A Agência Espacial Europeia, ESA, recebeu a confirmação às 14h03 de que
o módulo espacial Philae tocou o solo do cometa
67P/Churyumov-Gerasimenko, uma massa imensa com superfície composta de
gelo e poeira. "Estamos sentados na superfície. Estamos no cometa",
disse Paolo Ferri, um dos líderes da missão Rosetta, depois de confirmar
o funcionamento da transmissão do sinal.
A chegada ocorreu 28 minutos e 20 segundos antes, já que existe um
intervalo entre a emissão do sinal da Rosetta e a recepção dele na Terra
- tempo chamado pelos cientistas de "minutos de terror".
De acordo com a ESA, após análise da telemetria, verificou-se que o
toque na superfície do cometa não aconteceu conforme o planejado, já que
os arpões, que fixariam o módulo no cometa, não dispararam em um
primeiro momento. Os pesquisadores analisam o que podem fazer para
reverter o problema.
"Temos indicações de que os ganchos não foram ativados, o que
significaria que estamos pousados em material solto e que não estamos
presos ao solo", declarou Stephan Ulamec, responsável pela missão de
aterrissagem do Philae. "Precisamos analisar a situação", acrescentou.
A importância desta missão!
Compostos químicos, gases e muita poeira presentes no cometa podem conter respostas sobre a formação dos planetas do Sistema Solar. Além disso, apontariam aos cientistas uma direção para descobrir como a vida surgiu, no estágio em que a conhecemos.
Uma das teorias sobre o início da vida na Terra sugere que os primeiros
ingredientes da chamada "sopa orgânica" vieram de um cometa,
considerados alguns dos corpos celestes mais antigos do Sistema Solar.
Confira as imagens reais enviados pelo modulo!
Módulo Philae durante a aproximação do cometa, a cerca de 3 km do corpo celeste
Imagens de 3 de agosto feita pela sonda Rosetta mostra o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko a 285 km de distância
Philae mandou imagem logo após se desprender da Rosetta